Zé - Domingo

Conteúdo do Blog:
Textos, uns bons, outros maus. Na energia, não na técnica, isso não me interessa.

Quem sou:
Aqui vou ser o Zé. Zé-Domingo. Com hífen. Para que seja banal de nome próprio, e desprendido de compromissos por herança. Estou isento de culpa. 

O que faço:
 
De dia tento incluir-me, camuflar-me. Por vezes lidero, mas não muito bem, porque não quero magoar. Outras vezes até me deixo levar para devolver a quem me incluiu. De noite, depende. Às vezes escrevo, e é so por isso que estou aqui.

O que quero:
Ser feliz 2 dias por semana. Já não tenho idade para querer todos os dias, morre sempre alguém, ou então alguém, que se alojou em mim, sofre por alguma razão.

 


Chorar

Já não sei chorar. Estou estragado. Sinto a dor com a frieza de quem não quer saber, a minha, nunca a dos outros. Sou quem tenho de ser, o que for preciso que seja. E sou, a ser mesmo! Com todas as emoções necessárias e verdadeiras. Só não sei ser o que eu preciso de ser. Parece que não me encontro, há gente a mais dentro de mim.


Não há espaço, físico ou mental, para cuidar de mim. E quando há, a pressão da preocupação de outros transforma o tempo numa ampulheta curta que não me deixa em paz. E num instante passa a ser sobre o tempo que tenho para ser eu, de maneira a que não me torne um incomodo ou preocupação de quem me quer bem. Eles não merecem isto.


Entre espasmos temporais deixo o bicho sair para apanhar ar, um ermita que vive dentro de mim que em tempos era eu. Agora não sabe o que gosta, o que quer, o que procura. Estou aqui para garantir que não me bloqueia a visão de garantir que todos estão bem e que o caminho está limpo para o objetivo. Já só não me lembro bem qual era, mas sei que é por aqui, e que é assim.


Ora se estala ali, vai ouvir-se daqui, que o acorda antes do tempo e vai se queixar ao vento e já sei que vem rajada. Estratégia feita, aviso dado, já não estala. Posso sossegar. Já só falta tratar da chuva e do frio, contam comigo, não posso falhar!


Morre Jorge, morre avô, não é sobre mim. É sobre a mulher dele, sobre a minha avó, sobre a minha mãe. Contam comigo. E merecem tudo!


Covid ? Depressão? Estou cá para resolver. Ficam todos, acreditem! Ninguém me pára, levo às costas, vamos chegar lá !


Morre pai, morre Lia, morre Jordana, morre avó. É sobre o marido da minha mãe, o avô do meu filho, sobre a gata da minha namorada, sobre a cadela da minha sogra, sobre a mãe da minha mãe, a bisavó do meu filho. Estou cá. Sou preciso.


Precisamente o que é preciso. Preciso precisamente de ser preciso. Preciso? Não é sobre o que eu preciso. Tem de ser sobre o que sou preciso. Precisam? Eu não preciso! Vá calma, o que é preciso?


Foda-se morre a Amy, já não dá. Fui preciso. E agora o que preciso para continuar a ser o que é preciso? Agarrar-me a tudo o que foi preciso, para garantir que não fodo tudo por não ter o que é preciso para finalmente chegar lá? Mas é preciso ser bem preciso, tão preciso quanto o timing de ainda estar cá. A ser preciso, incisivo, decisivo, precisamente porque já não me lembro o que precisava no momento em que disse preciso já !


Já! Já não sei chorar, mas sinto quando me permito sentir. Por todos abraço o mundo, mas o mesmo mundo não me abraça a mim. Porque ser sempre o que é preciso é uma responsabilidade grande, mesmo se nunca a escolhi.

Acho que o que eu preciso, é de que seja preciso realmente me ouvir. Precisam? Eu preciso. E precisar que outros precisem é como chorar sem lacrimejar. Coincidências. Que azar, não precisava de nada disto a dobrar.

Ao menos sei o que preciso. O que é preciso. E como chegar lá. Já não preciso de tudo, sendo que às vezes o tudo, é nada mais que um abraço. Pode não ser o tudo que é preciso, mas é mais preciso que o tudo e menos preciso que o embaraço.

Orgulho em mim. Naquilo que sou, naquilo que faço. Que quem leia sinta a esperança com que escrevo e me desenlaço!

 

2024 


Definição

 

Tenho momentos de clareza e definição inacreditáveis. Momentos Eureka que me enchem de segurança na ação, na palavra e na estratégia (sempre longa e cuidada) para lá chegar. No entanto, não há tempo. Não há tempo para escrever, para estruturar, e na cabeça os assuntos são tantos que é impossível registar. Porque vou dormir 2 horas, e ao acordar será sobre todos os fogos para apagar que a origem do mesmo fica confusa com tudo em cinzas. Preferi escrever isto. Também é sobre mim. Também posso ser egoista.


Preciso de liderar. Sem mas, sem porquês, mas essencialmente com a vontade de todos em me ajudar a definir e compreender a visão ou sem ser sobre eu provar por A mais B que sei o que estou a fazer. Nunca foi sobre isso. Mas incluir e empoderar, também mexe com egos e passa a ser sobre mim. Se dei já não posso tirar, porque sou eu que estou diferente. Ao invés disso, é sobre se não incluo, não valorizo. Se não sou brando, não reconheço. Se intervenho sou controlador. E se questiono é porque acham que não sei o que é estar nos seus sapatos. Se confio e falha tenho de justificar.Mas os sapatos estão folgados, mas não interessa, conseguem andar.E quando dou palmilhas esquecem-se de usar. Não é por mal eu sei, mas estão com pressa, já não têm tempo para me ouvir.E os meus? Quem os calça? 


Até quando tenho de ser bombeiro sem água, porque o guarda florestal quer dormir a folga? Precisávamos de mais, mas foi difícil explicar. Agora todos sabem mais. 


Já não consigo voltar a semear, regar e cuidar, e eles só apareceram quando a mata já crescia. Parece fácil. Quando era pequena eu falava de que ia ser grande, acreditaram, cumpriram, sofreram, mas demais. Agora a mata é grande, não há tempo para podar, passear, e falar com as que semeamos,. Todos querem mapear. Todos querem definir. Já não se lembram de serem sementes, das histórias que ouviram, do amor que receberam, e do carinho quando não sabiam para onde brotar. 


Mas antes desta, morreram muitas nas minhas mãos. Escolher a terra, orientar a exposição solar, os métodos de rega, adaptar à vida animal, e precaver doenças e vegetação parasita requer experiência e saber cuidar. Escolher as primeiras sementes é garantir que sabem que as suas raízes não podem ocupar a terra dos outros, a responsabilidade é grande. O altruísmo maior. É preciso continuar. Ensinar. Repetir. E não esquecer. 


Não deixar arder é muito mais que ignorar os perigos de fogo. Apagar o fogo é só uma necessidade, saber porque começou é a verdadeira urgência. Mas para ser bombeiro, não consigo ser engenheiro ambiental. Ou seja lá o que for que preciso de ser para não atear. E para apagar é preciso água. E eu sei onde está! Já disse. Já estou farto de dizer. É sobre a mata! Não dá para resolver depois! Que raízes são estas aqui? Como é que ninguém explicou? Como é que ninguém falou ? O que está a acontecer ? Por isso não temos árvores ali, nem acolá. Por isso não crescem mais. Por isso as folhas tão secas e arde cada vez mais. Há raízes a mais na terra. A fogos a mais na mata. Alguém me oiça! 


Porque não é sobre a terra, é sobre partilha. Porque não é sobre fogos, é sobre fotossíntese. Sobre respirar. Sobre vida. Sobre valores. Foi isso que a fez crescer. E é por isso que respiramos. É sobre a mata, não é sobre quem decide melhor. Não é sobre quem faz mal. É sobre valores, não é sobre nós. Que não se confunda a humildade da folha com a importância do oxigénio que produz. Que não te baralhes nos valores e missão, com o que dá jeito e compreensão. Primeiro murcho eu por dentro, depois morremos todos por falta de ar. Não são só valores. São os nossos pulmões.

 

Esta mata tá doente, cheia de egos, e os pequenos fogos propagam-se porque decidimos os importantes por impulso, e andamos de balde na mão, e terra dura, mas sem água. E as estratégias já definidas alguém as altera por saber melhor, por ser urgente, porque agora só quem lá está sabe. "As coisas são diferentes, estão diferentes"


É sobre a dureza que uns não reconhecem e a frustração de ser mais fácil para alguns por não saberem o que isso é.É sobre quem faz mais e sobre quem merece mais e não tem. Mas sem saber ao certo o que faz ali. Se não sabe, não é importante. É sobre quem não merece porque "por mim nem estava aqui". E também: "Quem definiu não sabe o que é estar aqui" . Que raízes são estas? Que abusada que acabou de brotar. É para cortar! Menos uma. Plantamos outra, mas eu não limpo raízes, o meu trabalho é outro. Não há espaço na terra? Pois não tenho culpa. Liga para alguém. 


Pena que não conseguem ver os fogos que não pegaram e que só sirvo para quando está grande demais. Pena também que o nível de altruísmo necessário é tão grande que é injusto para todos, incluindo para mim. Como pode a mata ser mais importante depois de tudo o que fiz? Como pode o outro dormir e continuar ali? Mas ele trabalhou 20 horas, só o viram nas quatro que se encostou, e ver o que os outros vêm não dá sem confiar. E é difícil. Porque é duro, porque os fogos não param, porque não há água, e aquele cabrão adormeceu. Era só este o seu trabalho! Nunca ninguém percebeu para o que servia, e falhou quando foi preciso. Perspectiva de um, não é a verdade de outro. É sobre provar, rápido de preferência, estamos todos cansados, e "não fui eu que adormeci, não tenho culpa"


As minha raízes são curtas, e não tenho espaço para continuar. Todos merecem e eu já não me sei explicar. Não cresço mais, mas o vento está forte demais para me aguentar. Não é sobre culpa, não é sobre erro, e já só me ouvem lamentar. 


Tento outra vez. 


As ervas daninhas já foram. Falta só confiarem novamente em quem plantou quando ninguém acreditava na terra. Mas falar sobre isto é meter em causa todo o sacrifício e dedicação, porque tenho de provar, esclarecer, ser brando, compreensivo e manipular o discurso para que me compreendam. Fica difícil quando ninguém faz isso por mim, e todos sabem o que é melhor, até para mim. E mais difícil fica saber que a culpa é minha, e que o altruísmo que peço nem eu consigo neste momento. Volta tudo ao mesmo.

Se foda.

Desisto. Que arda até se renderem a mim outra vez. Ou não. Não sei. Preciso só de descansar, vai ser duro. Que morra nas chamas, a lutar pelos valores e pela vida que demos e cuidamos até sermos consumidos pelas brasas da frustração, porque o altruísmo não foi suficiente e a confiança cedeu no momento de abrir a torneira. Ou de ver a água que "o outro falava"

 

Que se saiba que todos tentaram, mas que o sonho era grande demais. Que foi quase. Que foi tão incrível que parecia mentira. Que se diga que fomos gigantes e que lutámos até ao fim. Que só não soubemos fazer melhor, porque estávamos cansados e sentimos todos responsabilidade de decidir em momentos chave baseada nos valores novos que se esqueceram de me incluir. 


E que, antes desses momentos chave, eu avisei, mas era difícil ver o que eu via, os valores que promovia eram diferentes. Eu tinha de saber! E porque me apresentava cansado, debilitado, confuso, e frustrado, era duro demais acreditar que tínhamos de atravessar as chamas agora mais altas do que quando disse da primeira vez. "Ele está louco" "ele já não sabe" "mais uma loucura" Era impossível acreditar. E eu sei. Mas fui eu que meti o lago ali, ou como acham que isto cresceu? E os baldes trouxe de casa, tínhamos mais, mas alguém os perdeu. Devia ter mostrado primeiro. O lago. Os baldes. A visão. Falhei. Fui eu quem perdeu.

 

A culpa é minha. Estou só triste porque acreditaram em mim e não tive coragem de vos dizer que não consegui explicar tudo por querer demais. De que são tão fantásticos, mas não chegaram lá. E porque não quero que sintam culpa em não acreditar em mim quando implorei, é normal. Somos assim. Foi para me proteger eu sei.

 

Por isso é que é tão difícil plantar isto e chegar aqui. Por isso é que não há matas, porque só dão trabalho, e dão mais dinheiro se arderem. E claro, se é sobre vida, fica complicado acreditar. Já ninguém é assim. Temos todos direito em enraizar, crescer e apanhar sol. E se do outro lado arder, não temos culpa. Plantamos mais. São só árvores né ? E nós? Somos o quê?


2024


Avós - as que nos fazem sentir menos, por nos darem sempre mais.


Neto! 

Chegaste primeiro! 

Mas não existe isso "dos tais"!

Não penses com isso que te possas sentir,
como se não fosses nada de mais!


Faz das letras o teu nome,
escreve, risca, apaga e volta a fazer.

Não há erro, 

nem julgamento,
frustra-te, só assim vais aprender. 


O Amor tem dor,
doí-me a mim …

e dói-te a ti. 

A avó sabe, estou aqui

Diz-me onde dói, 

vá,
um beijinho e já vais ver! 


Poxxxe 'tá calado! 

Brincas com tudo, és um parvo! 

És tal e qual o teu avô!

Presta atenção! Ouve o meu fado! 

Aprende com aquilo que te dou. 


ah! Ela é tão bonita,
tão humilde, 

trata-a bem, não a enganes. 

Lembra-te!
Tu és o que dás!

Mulher assim vale ouro, 

tu mereces, 

ela também, 

e eu sei que és capaz! 


Se estás bem, eu estou bem,
apenas precisas dos teus pais!

Não interessa o que carrego, 

ou o que tenho, 

interessa sim para onde vais! 


Agora vai e 'tá calado. 

Leva tudo! 

Queres mais?

Tenho aqui qualquer coisa, mas mete um sorriso, 

não te quero ver a sofrer.

Sei que te dei tudo, não te faltou nada,

 e vai ser assim até morrer!




Fodasse Avó!

 'Tou fodido com isto. Zanga-te já!
Quero ver!

Nem adeus nem o caralho! 

Sabias que não podias morrer!

 
Filha da puta da saudade

 e da vontade que tenho de te abraçar!

Sinto-me uma merda,
um buraco,

 foste a primeira a ensinar-me a amar!


Quero que fiques desiludida.

Anda! Zanga-te, 

põe-me no lugar!

Sou uma puta,
uma merda perdida!

Arrependida!

Fodida!

Sem saber a quem dar!


Eles leem a minha vida, 

aberta, 

exposta, 

como é que eu sou capaz?

Esta merda só serve para o bom? 
Para as florzinhas? 

Então e o que fica para trás?


Escrevo o que me apetece
estou-me bem a cagar. 

não me interessa esses bravos ou valentões!
Farto estou eu desses cagões!

De nada me vale, de nada me serve
se não for para te homenagear, 


Vá desculpa, não estou a fazer sentido,
tu sabes… 
Só levanto a guarda 
porque estou perdido. 

Mas estou aqui
e abro os braços! 

Os teus ensinamentos,

agora são meus!


Caralho, merda, fodasse,
VEM CÁ! 

Por favor ... por favor…

Deixa-me dizer-te adeus...


2021 




A Professora

É fodido ter que sentir algo diferente, porque não fica bem a quem não compreende. Mais fodido é saberes que não é sobre ti, mas és tu que sentes e te frustras e depois não podes dizer, porque não fica bem outra vez.

Mas eu ‘tou-me a cagar. Fodido é apareceres cheia de fofisses e entrega, e eu sentir que eras minha e tu deixares.

Sentir que mandava e desmandava naquilo que eu achava que era o melhor, porque fazias tudo de maneira a que eu tivesse de aprender, em vez de dizeres simplesmente. O trabalho era meu. Injusto! E em tudo o que errei, como quando te bati porque achava que só assim irias cumprir com os meus padrões de "fazer bem", fica agora o arrependimento de não ter aprendido mais cedo.

Agora a responsabilidade é minha de achares que no alto da tua inteligência e compreensão, eu iria aprender mais rápido. Só me faz sentir mais burro. Só me faz sentir pior. Não tinhas o direito. Conquistaste-me, deste só o bom de ti, e quando eu te dava o meu pior, quando te deixava sozinha porque havia algo que eu julgava mais importante, não foste capaz de me mostrar. Não. Pelo contrário. Recebias-me como se eu fosse o melhor do mundo. Perdoavas-me como se eu tivesse o direito constante de te tratar como segunda opção perante um trabalho ou outra coisa qualquer. Pedias carinho e houve vezes que eu achei que outra coisa qualquer era mais importante. E depois quando eu queria davas tudo como se eu nunca te tivesse recusado atenção. A culpa não é minha. Foste tu que insististe que eu era algo melhor que o que sou. E depois quando percebi, quando te dei o teu devido valor, nem sequer foste capaz de dizer "estás a ver?".

Essa arrogância dissimulada de quem tem o perdão nas extremidades do coração como se quem não o consegue fazer fosse um ser inferior. Achavas-te a melhor? A que sabia tudo ao ponto de compreender que o outro ainda não tem essa capacidade?

Foda-se Amy. Foda-se. Foda-se mais à porca da saudade que não sai dos meus dedos de sentirem o teu pêlo e o teu conforto. Foda-se para a vontade que tenho de um carinho teu. Caralho pa esta merda toda de quem inventou que alguém nasce mais novo e morre bem mais velho que eu.

Que se liga a ti inexplicavelmente e só vive 15 anos? 

Que sentido é que isto faz? 

Que maldade é esta? 

Como é que eu podia adivinhar que houve um momento que pensava que te estava a ensinar e era eu que estava a aprender? 

É injusto Amy. É injusto. Merecias melhor. E eu não queria carregar o peso de não ser tão evoluído como tu no amor, no perdão, no companheirismo, no afeto, foda-se em tudo! 

Que merda passarmos uma vida a aprender que temos de desconfiar quando é bom demais, quando depois não aproveitamos ao máximo tudo aquilo que nos queriam dar. Não volto a errar.

O teu ultimo fôlego foi o momento mais corajoso da minha vida, foi também uma cruz que vou levar para sempre. Foi sobre ti, mas agora será sobre mim.

Queria começar de novo. Tenho tantas saudades tuas meu Amor. Tenho tantas saudades tuas. Tantas, tantas, tantas… Foste quem me deixou mais saudades. É esse o teu legado.
Bela lição.


2023 



Vida

Celebrar a vida. 

É o que eu vejo, sinto e choro quando uma criança sai dos escombros do terramoto da Turquia. E de repente sou assolado pela futilidade que nos invade no dia a dia. As preocupações constantes do futuro quando os Sírios sem ajuda, em plena guerra sofrem um terramoto.

Como podem eles ver luz ao fundo do túnel? Os mesmos que quando emigram são recebidos por marionetas que invocam o fim daquilo que não compreendem, daquilo que a inteligência não lhes facultou. Os tais chega disto e daquilo, farrapos de bichos que desconsideram uma história de antepassados emigrantes na busca de uma vida melhor. 

Ser Turco está a ser duro, Ucraniano ainda mais, ser Sírio é não ver a luz ao fundo do túnel, e ser palestino já nem conta. 

Ah caralho. Somos lixo. Bichos. Merda. Cagalhões com pernas. Sacos de pancada com capas morais e argumentos politicamente corretos. Procura incansável do erro como montra da razão. Invejosos. Ciumentos. Instigadores do mal. Aproveitadores. 

Manipuladores inconscientes de vivências que se atribuem conhecimento e razão e que, com isso, debitam semânticas constantes de visões destorcidas e subentendidas, com portas abertas à justificação de mal entendido.

Demónios. Germes parasitas que precisam da dor dos outros para de sentirem vivos. Cancros. Lesmas ranhosas ocupas da energia dos outros. Ermitas da noção.

 Somos filhos de uma granda puta não de mãe, mas de berço ideológico, que profanam toda a forma pura e te sodomizam na primeira oportunidade. 

Escravos vingativos da falta de amor ou do excesso dele. 

Pessoas. Pisar para que não cresça acima de ti. Poder. Dinheiro. Corrupção. Empatizar para destruir. Morte. Sangue. Dor.

Chega ? Chega é de chegas, de futilidade, de falta de empatia. Somos uns felizardos neste canto sudoeste da Europa. Porque mesmo quando está tudo mal, está tudo muito melhor. 

Somos uns mimados da merda.

 E se a violência é errada, como posso eu sair à rua e querer destruir quem isto representa?


2022 

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